sexta-feira, maio 26, 2006

VIDA LONGA E PRÓSPERA - 40 ANOS DE JORNADA NAS ESTRELAS: À Procura de Spock

No clímax de Jornada nas Estrelas II, Spock, o mais popular dentre todos os integrantes da extensa galeria de personagens de Star Trek, sacrifica a própria vida a fim de salvar as de seus amigos, tripulantes da nave Enterprise. Tristeza para os trekkers, alívio para Leonard Nimoy, intérprete do alienígena orelhudo. Desde o final da série original, ele tentava, em vão, deixar de ser associado ao vulcano, a ponto de escrever uma autobiografia sugestivamente intitulada Eu Não Sou Spock. Longe de rejeitar o papel que lhe dera notoriedade, Nimoy não gostava mesmo era da idéia de ser estigmatizado como ator de um personagem só.

Quando parecia que finalmente ia pendurar as orelhas postiças, Leonard Nimoy começou a sentir um profundo arrependimento por ter apoiado a morte de Spock. Sorte dele que Jornada nas Estrelas II deixou um gancho e tanto para a ressurreição de seu personagem. Desta forma, quando foi convidado para participar de Jornada nas Estrelas III, não só topou voltar a encarnar o oficial de ciências da Enterprise, como foi além: pediu para dirigir o filme. A princípio receosos de entregar o comando de uma produção de sua franquia milionária a um estreante na direção, os executivos da Paramount aceitaram a oferta de Nimoy. Que chamariz poderia ser mais perfeito para um novo Jornada nas Estrelas do que o retorno de seu personagem-símbolo, tendo, de quebra, seu intérprete capitaneando a empreitada?

Jornada nas Estrelas III - À Procura de Spock (Star Trek III - The Search for Spock), cuja estréia nos cinemas ocorreu em 1984, dá continuidade aos eventos mostrados em Jornada nas Estrelas II. O capitão Kirk (William Shatner) descobre que a consciência de Spock foi transferida por este, antes de se sacrificar, para o cérebro do dr. McCoy (DeForest Kelley). Paralelamente, no planeta Gênesis, onde a vida pode surgir do aparente nada, Spock reaparece rejuvenescido mas em rápido processo de envelhecimento. Mesmo desobedecendo ordens, a tripulação da Enterprise se une então com o propósito de resgatar o corpo revivido do vulcano e uni-lo à sua mente. No processo, ainda precisam enfrentar os alienígenas klingons, mais violentos do que nunca.

Este filme sofreu por estar na ingrata posição de ponte entre Jornada II e IV, o que compromete um pouco a compreensão de sua história isoladamente. Também desagradou aos trekkers mais xiitas da série pelo sacrilégio de destruir a Enterprise original. Por outro lado, estes mesmos fãs não tiveram motivos para se queixar da presença de Sarek (Mark Lenard), o pai de Spock, e das pontas de Janice Rand (Grace Lee Whitney) e dos bichinhos conhecidos como pingos, todos pinçados do seriado televisivo.

Apesar de inexperiente, Leonard Nimoy fez um bom trabalho por trás das câmeras. Sem se arriscar com ousadias e deixando seus colegas bastante à vontade, Nimoy obteve alguns dos melhores desempenhos do elenco da Jornada clássica. A bem da verdade, auxiliado pelo roteiro que finalmente deu espaço para os demais personagens fora da tríade Kirk-Spock-McCoy. O que não poderia mesmo ser diferente, já que o tema central do filme era justamente a amizade que unia aquelas pessoas. Tão intensa, que os companheiros não titubearam ao arriscarem até o que lhes era mais caro pelo bem de um amigo, invertendo assim a lógica do sacrifício de Spock no filme anterior.

sexta-feira, maio 19, 2006

MELHOR DE TRÊS

Fechando a trilogia de posts que evocam os 3 anos do Cinelândi@, apresentamos aos leitores uma lista dos melhores filmes lançados nas salas de cinema brasileiras ao longo do período de vida do nosso blog (2003-2006). Para uma leitura completa da mesma, sugerimos que cliquem nos cartazes. Desta forma, serão direcionados aos comentários completos que fizemos a respeito das obras relacionadas ao longo da nossa história (a única exceção é Simplesmente Amor, que ainda não recebeu uma merecida resenha por aqui). Agradecemos ainda ao blogueiro, leitor e amigo Marco Santos por ter atendido ao nosso pedido de colaboração para a montagem desta lista. Por fim, nunca é desnecessário lembrar que listas como esta são sempre subjetivas e limitadas.

10



“As criativas cenas de memórias sendo apagadas provam que boas idéias não precisam ser necessariamente sustentadas por caríssimos efeitos especiais”.

9

8



“Michael Moore mistura linguagens e derruba mitos para provar que as raízes da violência nos (e dos) EUA estão na sua história, verdadeira coletânea de paranóias”.

7



“A direção de Paul Greengrass é criativa, movimentada e intensa. O espectador se sente tão ‘sufocado’ quanto o próprio protagonista”.

6



“Mesclando realidade e fantasia, transcende a sua proposta inicial, transformando-se em uma lírica, emocionante e merecida homenagem ao criador de Peter Pan”.

5



“O filme finalmente coloca Bruce Wayne/Batman em seu devido lugar, ou seja, como personagem principal de fato, sem vilões para lhe roubar a cena”.

4



“Esta continuação das aventuras/desventuras de Peter Parker e seu alter ego a coloca no mesmo patamar de Superman – O Filme, um ícone em seu gênero”.

3



“Seus realizadores não fizeram a menor concessão para criar personagens ou situações simpáticas ao público. Aqui não há espaço para redenção ou moralismo”.

2



“Mais do que tecnicamente impecável, merece estar nesta relação por sua necessária mensagem humanista”.

1



“Trouxe de volta para as telonas as grandes aventuras de fantasia que tanto nos fascinavam durante a infância”.

Um post de
EVANDRO & PAULO

sexta-feira, maio 12, 2006

UM CONTO CAPRIANO

Os leitores que nos acompanham há bastante tempo sabem que, de vez em quando, tenho uns momentos de crise com relação ao blog. Ora sou acometido pela falta de inspiração, ora o que falta é o tempo para escrever, ora ocorre uma infeliz combinação destes dois problemas. O fato é que, dia desses, fiquei novamente disposto a digitar um “The End” e, assim, encerrar a minha participação no Cinelândi@. A diferença desta para outras ocasiões semelhantes é que estive realmente muito próximo de abandonar este meu filhote virtual. Já estava até discando para a casa do sócio Evandro a fim de informá-lo de que ou ele tocava o Cinelândi@ sozinho ou teríamos que cometer um blogcídio. Eis que uma aparição surgiu ao meu lado.

Como não bebo, não fumo e não cheiro, fiquei obviamente assustado com a súbita presença de um velhinho bonachão. Ele então tratou logo de me pedir calma e se apresentou. Dizia ser um anjo e seu nome era Clarence. Veio com um papo de que precisava cumprir uma missão para obter um par de asas – sonho de consumo de nove entre dez criaturas celestiais (talvez perdendo apenas para a auréola). Um pouco mais tranqüilo, perguntei a ele o que isto tinha a ver comigo. A resposta foi surpreendente: Clarence estava incumbido de impedir que eu pusesse fim ao Cinelândi@.

– Sinto muito, Clarence! – disse ao anjo sem asas – Desta vez não se trata de um mero blefe. Estou cansado, sobrecarregado de trabalho, sem idéias interessantes para novos posts e cheguei à conclusão de que este blog não faz a menor diferença. Seja para mim, seja para outras pessoas. Penso que desperdicei três anos de minha vida com ele. Além disso, há tantos outros blogs sobre cinema por aí que ninguém vai notar quando o Cinelândi@ sair do ar.

Para provar que eu estava errado em meus argumentos, Clarence utilizou um de seus miraculosos poderes e mostrou como seria a minha vida se o Cinelândi@ jamais tivesse sido criado. Naquela realidade alternativa, eu seria dono de uma das maiores fortunas do mundo. Isso porque, ao invés de dedicar o pouco tempo livre que o trabalho me permitia à futilidade de escrever este blog, teria virado autor de um best seller. O livro seria algo sobre crianças mágicas que descobrem nos desenhos da Disney um código capaz de abalar os fundamentos da Igreja católica.

Já estava achando que Clarence ficaria sem suas asas quando constatei que nesta minha vida sem Cinelândi@, o cinema não teria vez. Repleto de compromissos e sob pressão para escrever uma continuação de sucesso para o meu fenômeno editorial, não me sobraria nenhum tempinho para ver filmes. Uma ironia que só não deixava aquele meu outro eu mais triste porque acabei me dando conta de que sem o blog, jamais teria conhecido meus amigos leitores. E até mesmo não manteria mais contato com o Evandro, chapa de longa data. Que existência solitária aquela! Ainda notei que também seria alguém profundamente angustiado por querer dizer tantas coisas sobre cinema, mas não ter um canal apropriado para isso.

– Por favor, já chega! – implorei a Clarence – Você me convenceu! Agora percebo a importância do Cinelândi@ para a minha vida!

De repente, acordei. Tudo não passava de um estranho sonho.

– Acho que ando vendo muito A Felicidade Não Se Compra! – pensei.

Cheio de vontade de continuar o meu trabalho no Cinelândi@, corri para o computador. Quando entrei na Rede, o Internet Explorer me direcionou para uma página na qual, com um som de sino tocando ao fundo, estava escrito: Obrigado pelas asas!.

Fiquei com a impressão de que Alguém lá em cima é cinéfilo e gosta muito de ler os textos deste modestíssimo blogueiro que vos escreve.

sexta-feira, maio 05, 2006

TRÍPLICE ALEGRIA

O Cinelândi@, blog idealizado e criado pelo meu amigo Paulo José, está completando três anos este mês. Mesmo sendo apenas um limitado e precário colaborador nesta empreitada, sinto-me no direito de comemorar esta louvável longevidade, até certo ponto rara em páginas desta natureza. Além disso, o sincero esforço em manter um padrão de qualidade também merece comemoração. Foram três anos de acertos e, certamente, de equívocos e imperfeições. Estes erros, entretanto, não foram provocados por falta de zelo e dedicação. São conseqüências da condição humana, falha por natureza. Acima disso, prevaleceu e sempre prevalecerá o cuidado e o respeito com o nosso maior tesouro: os nossos leitores. Se o número de leitores assíduos é relativamente pequeno, este fato é compensado pelo altíssimo nível destes nossos fiéis parceiros.

Aproveito esta oportunidade para dedicar este post aos nossos ilustres e valiosos leitores e pedir desculpas por este meu temperamento difícil que, muitas vezes, me leva a discussões acaloradas em excesso.

A propósito desta comemoração, lembrarei três posts que me marcaram muito, pelas mais diversas razões. Além disso, será uma boa oportunidade para aqueles que não leram estes textos, clicarem nos links e apreciarem estas nossas “obras” que estão entre as minhas preferidas.

1 - QUEBRA-PAU NO CINELÂNDI@

Antes da minha entrada para o Cinelândi@, o Paulo publicou um post sobre o filme Fahrenheit 11 de Setembro. Tudo normal até um cara inconveniente deixar um comentário furioso atacando sem muita sutileza o ponto de vista do autor do blog. O Paulo se sentiu tão atacado que, pela primeira vez (creio eu), escreveu um novo post como resposta a este mala sem alças. Sabem quem era este chato que provocou toda essa confusão? Isso mesmo! Este que agora vos escreve!

Depois, quando as coisas acalmaram um pouco, o Paulo, com essa elegância que lhe é característica, me deu um tapa com luva de pelica, convidando-me para colaborar no blog. Assim, por este caminho tortuoso, começava a minha história no Cinelândi@. Quem quiser conferir este duelo e deixar sua opinião, é só clicar nos links.

2 - EMOCIONANTE HOMENAGEM A CRISTOPHER REEVE

Certamente um dos posts mais emocionantes e um dos melhores de toda a história do Cinelândi@ foi aquele em que o Paulo escreveu uma bonita homenagem ao eterno Super-Homem, o ator Cristopher Reeve. Longe das banalidades que costumam marcar este tipo de reverência, o texto do Paulo foi emotivo, sem deixar de analisar a carreira e o heroísmo que o ator teve na vida real. Uma ótima pedida para quem gosta do Reeve e para quem gosta de um texto bem escrito.

3 - UMA DECLARAÇÃO DE AMOR AO CINEMA DO MESTRE LEONE

Na minha opinião, o meu melhor post até hoje foi a análise sobre o soberbo Era uma Vez no Oeste, de um dos maiores mestres do cinema, o italiano Sergio Leone. Mais que uma resenha é uma sincera e emocionada declaração de amor ao cinema incomparável deste mago da sétima arte. Para quem não é iniciado na obra de Leone, vale a pena conferir este post. Quem é um apaixonado como eu e ainda não nos conhecia naquela época, pode ler este artigo e compartilhar a sua paixão pela obra deste cineasta.

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  • Vencedor do OmniCam 2005, na categoria Melhor Blog de Cinema
  • Indicado ao OmniCam 2005, na categoria Melhor Blog
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