sexta-feira, outubro 20, 2006

VIDA LONGA E PRÓSPERA - 40 ANOS DE JORNADA NAS ESTRELAS:
GENERATIONS

Em 1987, quase duas décadas após o cancelamento das aventuras originais de Kirk, Spock e cia., Jornada nas Estrelas retornou ao seu meio original, a televisão, em episódios inéditos. Porém, havia algo de diferente no ar. Logo as primeiras imagens já mostravam uma nave Enterprise com um design nada familiar aos fãs e sob o comando de um capitão careca. Definitivamente, não era William Shatner sem peruca! Tratava-se do primeiro seriado derivado de Star Trek: A Nova Geração (The Next Generation), que, em muitos aspectos, foi onde sua antecessora jamais esteve. Só para citar alguns exemplos, foi pioneira num sistema de exibição que dispensava as grandes redes de TV norte-americanas, durou 7 temporadas (4 a mais do que a série clássica) e chegou a ser indicada ao Emmy de Melhor Série Dramática.

No ano de 1994, ainda com a popularidade em alta, a produção televisiva de A Nova Geração foi interrompida e a série migrou para o cinema. O novo elenco recebia então a honra e a responsabilidade de dar continuidade à cinessérie, que já contabilizava 6 longas estrelados por seus colegas veteranos. A princípio, estes até estariam de volta no sétimo filme, que reuniria as gerações de Jornada bem ao estilo dos encontros de heróis nas HQs, ou seja, eles se estranhariam no começo, mas acabariam unindo forças para derrotar o vilão da vez. Tal idéia gerou impasses para os roteiristas, que terminaram por reduzir a participação do elenco original à tríade Kirk-Spock-McCoy. Assim mesmo, na condição de uma participação especial. Como Leonard Nimoy e DeForrest Kelley não toparam, Kirk (Shatner) ganhou a companhia de Scotty (James Doohan) e Chekov (Walter Koenig).

Desta forma, Jornada nas Estrelas - Generations (Star Trek: Generations) começa mostrando o capitão Kirk (Shatner) e seus velhos companheiros como convidados da cerimônia de lançamento da Enterprise-B. A festa é interrompida quando a nave precisa socorrer duas outras que estão presas em uma misteriosa faixa de energia. Para salvá-las, Kirk banca o herói mais uma vez, porém o compartimento onde ele se encontra acaba destruído e o capitão dado como morto. Quase um século depois, a tripulação da Enterprise-D (a mesma de A Nova Geração), comandada pelo capitão Jean-Luc Picard (Patrick Stewart), se vê às voltas com o Dr. Tolian Soran (Malcom McDowell), obcecado pela tal faixa de energia, na verdade, um portal para uma dimensão paradisíaca. E adivinhem quem está lá, vivinho da silva e pronto para dar uns pescotapas no vilão?

Para os trekkers mais xiitas, este filme é um verdadeiro atentado à série. De uma só tacada, seu protagonista original, que tantas vezes driblou a morte, não consegue escapar dela desta vez. E, como se isto não bastasse, a Enterprise-D (mais uma!) também vai para o espaço, ou melhor, cai – literalmente – do espaço. Como não sou um fã radical, considero que estes fatos incomodam menos do que a ausência de Spock e do Dr. McCoy, ainda que esta fosse breve. Uma pisada na bola dos produtores, que não se esforçaram para levar os intérpretes destes importantes personagens mais uma vez a bordo.

Quanto à destruição da Enterprise de Picard, penso que esta acabou até rendendo uma das seqüências mais memoráveis do filme, ao lado da abertura que mostra uma garrafa de champanhe flutuando no espaço. Já a morte de Kirk, embora, com menos preguiça dos roteiristas, pudesse ter ocorrido de modo mais espetacular, penso que foi mesmo inevitável. Afinal, Generations pode ser visto como uma espécie de passagem de bastão de uma série para a outra. Neste sentido, nada mais emblemático do que Picard enterrando seu antecessor. O que também pode ser interpretado como um enterro simbólico do criador da série Gene Roddenberry, morto na pós-produção do filme anterior. A partir de então, seu sucessor, Rick Berman assumia de vez os rumos da franquia. Para o bem ou para o mal.

5 Comments:

  • Paulo,
    O desafio já havia sido feito há algum tempo e eu andava meio atolado, mas enfim saiu o meu "as seis faces". Deu trabalho eleger os seis personagens (não queria ser injusto com ninguém). Acredito que fiz as escolhas mais acertadas. Quiser conferir, fique à vontade. Abraços do crítico da caverna cinematográfica.

    By Anonymous Anônimo, at 10:48 AM  

  • Oie!!! Nossa, faz séculos que não apareço por aqui... Quantas novidades! Mas agora depois do TCC (finalmente) estou de volta ao mundo cinéfilo num ritmo mais intenso que eu mesma poderia imaginar. Comprei um pacote com 40 ingressos para a Mostra Internacional de Cinema de SP e estou fazendo um diário no Roda de Chimarrão. Peguei algumas dicas tuas do Festival do Rio. Espero gostar também de Crazy e Babel!!!

    Espero uma visita!!! Hehehehe! abração!

    By Anonymous Anônimo, at 2:29 PM  

  • Não considero Generations um dos longas mais empolgantes da série. A morte do Kirk foi mal trabalhada e o filme ficou meio indeciso. Obviamente a produção tem suas qualidades e está muito longe de ser um filme ruim. Talvez o filme dê destaque demais aos vilões. Apenas pequenos ajustes que poderiam ter deixado a produção ainda melhor.
    Mas, no saldo geral, é um filme digno da série.

    By Blogger Evandro C. Guimarães, at 9:31 PM  

  • Olá!
    Acabei de montar um blog a respeito de cinema, e procurava no google imagens de "O Jardineiro Fiel", filme que será dará a largada em meu blog junto com "Star Wars, a vingança dos Sith".
    Recentemente aluguei "O Jardineiro Fiel" e confesso que o filme me surpreendeu.
    Não que eu esperasse um filme inferior ao resultado final, mas não esperasse que Fernando realizasse um filme com uma cara tão americana (em relação a boa trama, cortes, filmagem, película).
    Gostei muito de seu blog, espero tô-lo como um aliado.
    Estarei postando ainda hoje, passo aqui pra avisar quando ficar pronto o primeiro post, aguardo você por lá.
    Abraços

    Cineminha Babalu

    By Anonymous Anônimo, at 12:03 PM  

  • Grande Paulo,
    Este filme da grife teve, na minha opinião, um cheiro de armação cata-níquel. O roteiro tem mais buraco que a BR-101. E essa de matar o Capitão Kirk foi de lascar o cano!
    Um abração!

    By Blogger Marco, at 10:02 PM  

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