VIDA LONGA E PRÓSPERA - 40 ANOS DE JORNADA NAS ESTRELAS:
A Última Fronteira

Ferrenho defensor de sua condição de astro supremo de Jornada nas Estrelas (o que provocou muito mal-estar nos bastidores da série), Shatner deve ter se sentido eclipsado com os elogios recebidos pelo trabalho do “coadjuvante” Nimoy na condução de Jornada nas Estrelas III e, principalmente, Jornada nas Estrelas IV. Com o ego em alerta vermelho, o rei dos canastrões considerou que estava apto para criar a história e assumir a direção de um filme de Jornada. E tinha planos ambiciosos para o mesmo. Kirk e cia. viveriam a maior aventura de todos os tempos ao encontrar nada mais nada menos do que Deus!
Podada a megalomania de Shatner, Jornada nas Estrelas V – A Última Fronteira (Star Trek V: The Final Frontier, 1989) mostra a veterana tripulação da nave Enterprise (em mau funcionamento) envolvida no resgate dos embaixadores da Terra e dos impérios alienígenas klingon e romulano, feitos prisioneiros por Sybok (o desconhecido Laurence Lukinbill, num papel planejado para Sean Connery), um líder messiânico que, mais adiante, revela ser meio-irmão de Spock. A operação fracassa e a tripulação da Enterprise também acaba dominada por Sybok que estabelece um novo rumo para a nave: o planeta Sha Ka Ree, localizado no centro da nossa galáxia e que pode ser a moradia do Todo Poderoso em pessoa. Enquanto isso, vilões klingons, ansiando para subjugar Kirk, ficam no encalço da Enterprise, à espera do momento oportuno para atacá-la.
Este samba do extraterrestre doido não poderia resultar em outra coisa senão num fiasco de público e de crítica, vencedor (sic) de 3 Framboesas de Ouro: Pior Filme, Diretor e Ator. Por aí já é possível perceber que William Shatner levou toda a culpa por tamanho fracasso. Contudo, honra seja feita, a direção de Shatner não foi tão desastrosa. De um modo geral, as cenas são bem conduzidas. Há até um certo brilho na seqüência em que Sybok revela os traumas de Spock e McCoy (DeForest Kelley). Mesclando passado e presente com um simples jogo de iluminação dos cenários, Shatner mostrou ser, no mínimo, criativo. Seu maior problema foi relutar em abrir mão de seus delírios de grandeza para o filme mesmo sabendo que o apertado orçamento jamais poderia materializá-los a contento. O resultado disso acabou sendo um longa com valores de produção bastante inferiores aos demais da série.
Curiosamente, este jeitão mambembe de Jornada nas Estrelas V e um roteiro que privilegia o trio Kirk-Spock-McCoy, fazem deste filme o mais próximo da estética e do espírito do seriado original. Até mesmo a cena introdutória antes dos créditos iniciais deixa a sensação de que este longa bem que poderia se tratar de um episódio desgarrado. Da famigerada 3ª temporada, é claro!
6 Comments:
Depois de muita discussão acerca do futuro da franquia, recentemente li no portal Omelete que o diretor Bryan Singer (de Superman - O Retorno) teria sido convidado para dirigir o próximo filme da série (e mais: que teria se interessado pelo projeto, por ser fã do filme). Espero que ele conseguia reciclar a franquia que nos últimos anos andou bastante caída. O meu episódio favorito da série continua sendo o segundo: A Ira de Khan, com Ricardo Montalbán fazendo o impecável vilão do filme. Abraços do crítico da caverna cinematográfica.
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Anônimo, at 11:13 AM
Eita pecado esse meu, nunca assiti Jornada nas Estrelas, sei nem pra onde vai...
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Anônimo, at 11:19 AM
Talvez por ser fã da série eu acabo ficando sem o necessário distanciamento crítico para ver os possíveis defeitos deste filme. Mas vi os desta interpretação (?) de LSD do Shatner. O cara pirou!
Sobre o filme, não achei tão ruim. mas certamente, não é o melhor da série.
Um abraço e melhoras para o seu avô.
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Marco, at 7:46 AM
Tenho uma ligação meio afetiva com este filme. Foi o primeiro de Jornada que vi no cinema, após me encantar com o Jornada IV na tv. Claro que não chega aos pés do anterior, mas está muito longe de ser ruim!
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Evandro C. Guimarães, at 12:24 PM
Você já sabe qual é a minha opinão sobre esse filme Paulo. Eu não gostei muito. As únicas cenas que me agradam são as lembranças emocionantes e tristes de Spock e McCoy, e concordo com a sua opinião sobre a direção de Shatner, que não foi tão ruim. Um beijo!
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Anônimo, at 12:45 PM
Esqueci de dizer que concordo com o Roberto Queiroz! O meu filme predileto de "Jornada nas Estrelas", também é "A Ira de Khan"! Beijos!
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Anônimo, at 12:49 PM
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