sexta-feira, junho 09, 2006

A VOLTA DOS MUTANTES

Não, este não é um post a respeito do retorno da banda que chacoalhou o cenário musical brasileiro há algumas décadas e, de quebra, revelou Rita Lee. Deixo este assunto para o meu amigo e sócio Evandro comentar em seu blog-solo, o Restinga Musical. O título do presente texto refere-se a X-Men – O Confronto Final (X-Men: The Last Stand), terceira e – de acordo com os seus produtores – última parte da cinessérie sobre o grupo de heróis da Marvel Comics, criado nos anos sessenta por Stan Lee (nada a ver com a Rita) e Jack Kirby.

Conheci estes personagens ainda na infância, folheando os gibis que meus primos largavam pelos cantos da casa de praia do meu avô. Anos depois, peguei emprestado com amigos e uma ex-namorada alguns dos títulos mais importantes das aventuras em quadrinhos dos super-heróis mutantes, como Dias de um Futuro Esquecido e a chamada Saga da Fênix. Também assisti aos primeiros episódios da série animada dos X-Men exibida pela Rede Globo, na hora do almoço, há mais ou menos uma década. Sendo assim, já estava familiarizado com os pupilos do professor Charles Xavier e seus antagonistas quando os mesmos foram parar nas telas de cinema, no ano 2000.

Para ler nossas informações e comentários a respeito de X-Men – O Filme e X-Men 2 (X2, 2003), clique na imagem abaixo.



A trama de X-Men – O Confronto Final é uma espécie de adaptação de duas histórias distintas. A primeira – prometida desde a cena final de X-Men 2 – trata-se da acima citada Saga da Fênix, devidamente reelaborada para se adequar ao tom mais “realista” dos filmes sobre os heróis mutantes. Desta forma, Jean Grey (Famke Janssen), supostamente morta no filme anterior, volta, porém dominada pela Fênix, uma personalidade maligna e superpoderosa que se escondia em seu subconsciente. A reaproximação com seus antigos amigos resulta numa série de tragédias, a partir das quais suas vidas não serão mais as mesmas.

Paralelamente a isto, o milionário Warren Worthington II, inconformado por ter um filho mutante, anuncia que está disponibilizando uma droga capaz de eliminar o gene-X (responsável pelos poderes mutantes). Tal anúncio divide a comunidade mutante e aumenta ainda mais o ódio de Magneto (Ian McKellen) para com o restante da humanidade. A “cura” para os Homo superiors foi abordada em recentes HQs dos X-Men criadas por Joss Whedon (o mesmo de Buffy, a Caça-Vampiros).

É justamente apoiado nesta vertente de sua trama que X-Men – O Confronto Final mantém-se fiel à motivação que deu origem aos heróis nos quadrinhos: estabelecer um paralelo com questões palpitantes do mundo real. Desta vez, desfilam pela tela alusões à eliminação dos “indesejáveis” pela manipulação genética e ao terrorismo (o discurso de Magneto pela TV é cópia de aparições análogas de Osama Bin Laden). Contudo, diferente dos filmes anteriores, tais questões não chegam a ser satisfatoriamente exploradas, muito em função do excesso de personagens e sub-tramas, além de um apelo maior à ação e ao espetacular. O que, por sua vez, acredito que possa ser creditado à troca de direção. Sai a elegância de Bryan Singer, entra a adrenalina de Brett Ratner.

Com o sucesso de público que este filme vem fazendo, duvido que se sustente a idéia de que se trata da aventura final dos X-Men nos cinemas. Ainda que a produção tenha “bagunçado” consideravelmente o universo mutante, ao eliminar ou deixar sem poderes personagens importantes (tudo justificável no contexto do filme, embora deva revoltar os fãs mais ortodoxos), muitas situações foram deixadas em aberto. É possível que não vejamos mais nossos heróis reunidos na tela grande (afinal, deve ter ficado muito caro colocar em uma mesma produção astros, como Hugh Jackman, ou oscarizados, como Halle Berry), ainda assim eles devem pipocar aqui e ali em filmes-solo (alguns já programados) num cinema perto de você. Definitivamente, a cinessérie dos mutantes está em processo de evolução. O único porém é que, no mundo real, evoluir não significa necessariamente se aperfeiçoar, mas apenas se adaptar.

14 Comments:

  • Que Eru me livre dessa ser a ultima aventura dos filhos do átomo (enquanto equipe) no cinema. Amei essa terceira parte e ela não pode ser a última.

    By Anonymous Anônimo, at 6:08 PM  

  • Grande Paulo,
    Na minha modestíssima opinião, finalmente aprenderam a fazer filmes de heróis em quadrinhos. Os últimos (Batman, o começo, Sin City e este X-Men 3) foram espetaculares! De fazer a gente esquecer aquelas bobagens anteriores. O terceiro filme da franquia dos mutantes superou os dois primeiros, que eu já achava razoáveis. Eletrizante! Entretanto, o filme padece dos pecadilhos que você citou, especialmente o excesso de personagens, a sub-utilização de alguns (como o Anjo, que com o Fera, a Garota Marvel - a atual Jean Grey -, Cíclope e Homem de Gelo compunham os X-Men originais).
    Você ficou para ver o que passou depois dos créditos? Pois é. Junto com a cena final do Magneto, sinaliza que vem mais coisa por aí. Mas você tem razão: Hugh Jackson e Halle Berry são caros. Mas vamos ver. Quem viver, verá!
    Um forte abraço!

    By Blogger Marco, at 11:01 PM  

  • Vladimir, os X-Men tem 4 décadas de histórias para serem adaptadas, diversos personagens bacanas que ainda não apareceram nos cinemas (Gambit, por exemplo) e O Confronto Final deixou muitos ganchos interessantes. Ou seja, material não falta para um novo filme. No entanto, se forem fazer visando tão somente a capacidade mutante de gerar lucros, é preferível que a saga do grupo de heróis no cinema termine mesmo por aqui.

    Grande Marco, para mim, há muito que Hollywood aprendeu a fazer filmes de heróis das HQs, com Superman. Porém, creio que perderam a fórmula, ou coisa assim, recuperando-a recentemente, em parte, com o 1º longa dos X-Men. E, sim, vi a surpresa final do filme! Gostei muito! Já estava lamentando a aposentadoria do “Picard”. ;-D

    Amigos, abraços!

    By Blogger Paulo Assumpção, at 8:00 PM  

  • Sabe que gostei mais do segundo do que do terceiro? Mas adorei o terceiro também. Acho que dessa leva os X-Men deviam encerrar aí, mas nada me impede de aguardar ansiosamente pelo Magneto e Wolverine solos que estão programados e uma possível volta daqui alguns anos com um elenco distinto destes, como aconteceu com o Batman e o Superman.

    By Anonymous Anônimo, at 8:16 PM  

  • Singer fez um trabalho notável que fomentou o caminho para o sucesso dessas adaptações de HQs para cinema. Tenho grandes expectativas quanto a X3 (voltarei para ler sua opinião após ver o filme...).

    Cumps.

    By Blogger Gustavo H.R., at 10:39 PM  

  • Não tenho nenhum desejo de ser do contra, mas achei um filme fraco.Aliás, nem é um filme, é uma junção atrapalhada de cenas desconexas. Para quem optou por ação, o resultado foi pífio. O filme se torna arrastado em muitos momentos. Nem é um filme com uma história mais elaborada, nem é um filme convincente de ação. Fica no meio do caminho. Poderia listar um série de outros defeitos, mas paro por aqui. Uma pena pois eu esperava muito desta sequência!

    By Blogger Evandro C. Guimarães, at 6:31 PM  

  • grandioso, ate quando é exagerado é grandioso.

    []´s amigos!

    By Anonymous Anônimo, at 8:37 AM  

  • A.R.S., também sou mais X-Men 2. Por outro lado, creio que a saga dos X-Men ainda tem fôlego no cinema. Mas se for para fazer continuações meramente caça-níqueis, concordo contigo: que termine agora!

    Gustavo, Bryan Singer merece mesmo a importância que você está conferindo a ele. Ainda que Brett Ratner tenha feito um bom trabalho, confesso que senti falta da mão de Singer em O Confronto Final. Aguardo seus comentários!

    Sócio, conforme já conversamos, penso que o maior problema desta seqüência de X-Men está na opção dos roteiristas por lidar com duas histórias paralelas. Cada uma delas com potencial para um filme inteiro. Reunidas, nenhuma pôde ser aproveitada a contento. No mais, penso que a fita dá para o gasto.

    Jedi, me parece que os filmes dos X-Men têm evoluído mesmo no sentido do grandioso. Seja no uso de efeitos especiais, seja na duração, seja no quantitativo de mutantes... Na hipótese de um 4º longa, é possível que tenhamos um épico. Quem sabe baseado em Dias de um Futuro Esquecido... Sonhar não custa nada!

    Abração para todos!

    By Blogger Paulo Assumpção, at 8:45 AM  

  • Caro xará:

    Domingo passado,às 3 da tarde,justamente quando eu iria deixar um jornaleco por aqui,houve um pipôco medonho: um curto-circuito no meu estabilizador deixou o PC às moscas.

    Não sei Vocês,mas fico meio ressabiado quando um treco desses surge: portanto perdi o "élan" de comentar novamente,porque o original sabia mais ao correto.

    Só repito que acertaste quanto aos atores que atuam nesta fita puro entretenimento: estão por demais acima dos mequetrefes que Spielberg,sabidório,convida para ser menos que os coadjuvantes dos bichões imemoriais.

    Abraço pernambuquíssimo.

    By Blogger Paulo Patriota, at 5:45 PM  

  • Nota: quando disse "por demais acima" não foi por ironia,e sim por serem classudos mesmo,merecendo a bufunfa que pedem por seus talentos.

    By Blogger Paulo Patriota, at 5:50 PM  

  • Oi Paulo! Eu gostei do X-men - O confronto final. Apesar da mudança de direção, não acredito que o roteiro, produtores (e Ratner), iriam arriscar mudar uma fórmula de sucesso. Quanto a adrenalina, isso é importante em um filme dos X-Men e para o público que o assiste. Eu também acho que pode ter uma continuação (os milhões vão ou não confirmar isso). Beijos!

    By Anonymous Anônimo, at 9:37 PM  

  • Xará, poucas coisas neste mundo são capazes de me deixar irado. Uma delas é perder textos no computador. Portanto, compreendo plenamente o que sentiu ao perder o comentário que preparava para este espaço. Felizmente, nada que o tenha feito desistir de marcar presença em mais um de nossos posts. Grande abraço!

    Ana, também fico feliz em ver que conseguiu deixar um comentário por aqui. Agora que deu tudo certo, aproveite para opinar a respeito de nossas outras resenhas. Suas palavras de amiga e cinéfila são mais do que bem-vindas no Cinelândi@. Um beijo!

    By Blogger Paulo Assumpção, at 12:07 AM  

  • Oi, Paulo! Vim responder o último comment lá do meu blog: sim, estou curtindo as vitórias de Brasil e Portugal. Mas continuo triste com a morte do Bussunda, e não acho q os "maus", deixem de ser felizes... ultimamtente a gente vê tanta coisa ruim, que só dá pra pensar que eles têm prazer e são felizes sim. E infelizmente, muitos dos que se julgam (e até são)bons, pagam com suas vidas, ou com sofrimento. Mas eu tenho fé em Deus, de que um dia a coisa mude. Ou que pelo menos, os bons estejam curtindo lá do outro lado, onde com certeza deve haver um mundo maravilhoso, também... Beijos.

    By Blogger Lena Gomes, at 11:06 PM  

  • PS. A foto do Bussunda que deveria aparecer, está no perfil, como vc deve estar percebendo... :o)

    By Blogger Lena Gomes, at 11:06 PM  

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