sexta-feira, abril 06, 2007


Paulo and Evandro will return in Cinelândi@ 2

sexta-feira, dezembro 29, 2006

2006: OS BONS, OS FEIOS E OS MAUS

Como sempre ocorre nesta época de festas, após se empanturrar de rabanadas e trocar presentes com os entes queridos, cinéfilo que se preza nunca deixa de preparar (ainda que apenas mentalmente) a sua listinha dos melhores e/ou piores filmes do ano. Como nós aqui do Cinelândi@ honramos e curtimos esta tradição, abandonamos por algumas horas da véspera de Natal nossas famílias, enfrentamos problemas de conexão e até falta de energia elétrica, a fim de montarmos, via MSN, nossa relação com aqueles títulos que consideramos os destaques cinematográficos – para o bem ou para o mal – de 2006. Como sempre estabelecemos, o critério principal para um filme figurar em nossa lista é ter sido visto em uma sala de cinema dentro do ano que se encerra (reapresentações não inclusas). O que justifica a presença de algumas produções lançadas em 2005, mas que ainda estavam em cartaz no circuito cinematográfico quando as assistimos. Por outro lado, diferente de outros anos, nossas escolhas foram feitas a partir de categorias e vocês poderão saber o que cada um de nós selecionou. Então, basta de lero-lero! Vamos à lista!


EvandroPaulo
Melhor Adaptação de Histórias em Quadrinhos
V de Vingança

Superman - O Retorno
Melhor Comédia

Os Produtores

Os Produtores
Melhor Documentário

Estamira

Vinicius
Melhor Drama

As Torres Gêmeas

Fonte da Vida
Melhor Filme de Ação

007 - Cassino Royale

007 - Cassino Royale
Melhor Filme Policial

Miami Vice

Os Infiltrados
Melhor Longa de Animação

Deu a Louca na Chapeuzinho

Carros
Melhor Romance

Orgulho & Preconceito

Orgulho & Preconceito
Decepção do Ano

X-Men - O Confronto Final

Zuzu Angel
Pior Filme

O Código da Vinci

O Código da Vinci

E assim, chegamos ao fim de mais um árduo ano de atividades. Aproveitamos para agradecer a presença de vocês por aqui ao longo de 2006. Ainda desejamos a todos um 2007 pleno de paz, realizações e ótimos filmes!

Um post de
PAULO & EVANDRO

sábado, dezembro 23, 2006

BOND BEGINS

Filme do agente 007, o que você espera? Aquela tradicional musiquinha? Uma abertura cheia de contornos de corpos femininos? Boas seqüências da ação num roteiro não tão bom assim? Um James Bond de cabelos escuros e ares de “pegador” esnobe? Um ajudante de vilão excêntrico que enfrentará o intrépido 007 perto do final? Um vilão principal que quer dominar o mundo? Gostosíssimas bond girls com muitas curvas e pouco cérebro? Um James Bond infalível semelhante a um super-herói? Mentiras risíveis de tão absurdas? E um final com o irresistível Bond levando mais uma gostosa para seu “abatedouro” enquanto o MI6 tenta localizá-lo? Se você espera tudo isso, certamente terá uma boa surpresa com o 21º filme da série, chamado 007 - Cassino Royale (Casino Royale).

O referido filme conta a história do início da carreira do espião mais carismático do cinema. Na trama, Bond acabou de receber a permissão para matar em nome da Inglaterra, passando a ser um agente com o duplo zero. No melhor estilo Batman Begins, esta película tem como pretensão não só mostrar as origens do famoso espião, como também fundar um novo paradigma para o personagem. Seria o nascimento do James Bond dos anos 2000, mais adaptado à nova realidade e, principalmente, adaptado ao gosto do público mais jovem. Uma verdadeira revolução na franquia 007.

Neste sentido, podemos dizer que o filme é muito bem sucedido. O James Bond interpretado pelo loiro e questionadíssimo Daniel Craig não é mais aquele ser sem imperfeições, sem dilemas, que faz piadinhas depois de matar alguém. Trata-se agora de um Bond mais humano, que se incomoda com as matanças das quais participa, que se apaixona sinceramente. Mas, paradoxalmente, é o 007 mais violento e furioso de todos. Apesar de seus dilemas internos, ele está pronto para agir. Outro traço de humanidade são os seus erros. Não é mais aquele cara que sempre tira um coelho da cartola e resolve com facilidade as situações mais insolúveis. É um Bond que tem que suar e manchar de sangue a camisa. E que algumas vezes quebra a cara! Não há superpoderes e tecnologias mentirosas que garantam a vitória fácil. O famoso agente passa por apuros. É o fim das cenas de ação previsíveis, que o público sempre sabia como iam terminar. Sempre sabíamos que Bond faria coisas do arco da velha e resolveria tudo sem desmanchar seu belo penteado. Agora as cenas de ação são tensas e eletrizantes. Cassino Royale devolveu o brilho aos filmes de James Bond, pelo menos por enquanto.

Outro ponto positivo da produção é o roteiro muito bem construído, fugindo das armadilhas de carros invisíveis e bond girl que rouba a cena do protagonista só porque é interpretada por atriz oscarizada. Felizmente o legado negativo da bobagem Um Novo Dia para Morrer foi deixado para trás. É um roteiro bem azeitado. As cenas de ação são perfeitamente integradas ao restante da trama. Diferente de filmes anteriores onde um arremedo de trama era só uma desculpa para cenas de ação pirotécnicas e tolas. Não podemos esquecer de ressaltar o ótimo trabalho de Daniel Craig, calando a multidão de fãs da série (incluindo este que vos escreve) que se deixaram levar pelo preconceito e criticaram antes de apreciar o trabalho do ator. Craig pegou o Bond andando com muita personalidade. Não se abateu pela avalanche de críticas e criou um estilo próprio para interpretar o personagem. É um Bond mais econômico nos gestos, mais sério, talvez um pouco mais sombrio, sem, no entanto, perder as excelentes sacadas cômicas, o cinismo e a elegância. Ousaria dizer que é o melhor Bond depois do mestre Sean Connery.

Obviamente nem todos os clichês da série foram abandonados. Isso retiraria a identidade do filme. Claro que as mentiras estão lá, só que agora não tão absurdas quanto antes. A bond girl está lá, mas seu papel tradicional é totalmente subvertido, sem, entretanto, roubar a cena do protagonista. Os belíssimos carros e cenários não poderiam faltar. Afinal, é um filme de 007! Apesar disso, um outro acerto do roteiro foi flertar com vários clichês da série para abandoná-los no final. Em determinado ponto pensamos que será tudo como nos anteriores, mas depois podemos perceber a ousadia daqueles que produziram o filme. É como se estivessem dizendo: “É possível fazer um bom filme de James Bond sem ser repetitivo e apelar para determinados clichês!”. E realmente é!

Como fã incondicional da série, mas não um fã xiita, que se fecha para as novidades, declaro para todos lerem e me cobrarem: Cassino Roayle é um dos melhores filmes de toda a série! Resta agora a torcida para que os produtores não venham a se acovardar e sigam este novo paradigma de James Bond nos filmes vindouros. Seria uma pena voltar ao esquema desgastado de antes, depois de ver uma evolução tão grande em Cassino Royale. Que Bond consiga fugir desta armadilha!

sábado, dezembro 16, 2006

UMA COMPARAÇÃO PERTINENTE

Muitas pessoas acreditam que o ato de comparar produções artísticas é desprovido de sentido. O mesmo aconteceria no tocante às comparações entre as mentes que produzem a arte. Seriam igualmente inúteis. Confesso que penso totalmente diferente. Comparar duas obras de arte não significa necessariamente que uma será exaltada e outra desprezada. Pode-se até perceber a superioridade de uma das produções tratadas, mas uma boa análise comparativa nunca tem o objetivo de ridicularizar ou menosprezar uma obra de arte. Esta sim, seria uma ação desprovida de sentido.

Após fazer esta declaração de princípios, vamos ao que interessa. No ano de 1999, dois filmes de guerra concorreram ao Oscar de melhor filme. Infelizmente nenhum dos dois foi vitorioso. Estou falando de O Resgate do Soldado Ryan (Saving Private Ryan), de Steven Spielberg, e Além da Linha Vermelha (The Thin Red Line), de Terrence Mallick. Ambos falam sobre a Segunda Guerra Mundial. A produção de Spielberg mostra a luta contra os alemães na Europa e a de Mallick tem o seu foco na luta dos americanos contra os japoneses no oceano Pacífico. Mas as diferenças não param aí.

O filme de Spielberg tem uma abertura de tirar o fôlego. A seqüência do desembarque de tropas aliadas numa praia da Normandia, no famoso Dia D, é de um realismo e um dinamismo impressionantes. A câmera tremida e inquieta, a barulheira, a crueldade da batalha, a sensação de caos e desespero nos transportam para uma realidade que ignorávamos, visto que os livros de História não conseguem nos dar esta dimensão épica e realista dos fatos. Todos imaginávamos tais fatos, mas vê-los representados daquela forma foi chocante. A indústria do cinema se rendeu à magia de Spielberg. Esta seqüência passou a ser uma referência não só para os filmes de guerra produzidos dali para frente, como também para os filmes de ação.

O longa conduzido por Mallick não tem nenhuma seqüência de batalha que chegue perto da dimensão épica da primeira meia hora da película dirigida por Spielberg. Entretanto, o roteiro e direção de Além da Linha Vermelha são muito mais coerentes, críticos e verdadeiramente pacifistas. No filme de Mallick, os questionamentos, os impasses morais e espirituais dos soldados se sobrepõem às cenas de ação. Todo o tempo os soldados e oficiais de baixa patente estão questionando seus atos e se perguntando sobre o sentido de toda aquela desgraça. Enquanto isso, alguns coronéis e generais manipulam o “moral” das tropas para atingirem os seus objetivos. Mas não há maniqueísmos. Até as razões e angústias dos oficiais “manipuladores” são mostradas. Apesar disso, o filme claramente não os isenta de sua culpa.

No filme de Spielberg, os oficiais não são questionados ou problematizados. São apenas colocados como protótipos do herói americano, principalmente o personagem de Tom Hanks. Os soldados não passam por verdadeiros dilemas morais. O tratamento da relação entre oficiais e tropas é visivelmente ingênuo e limitado.

Os pretensos “dilemas morais” de O Resgate do Soldado Ryan só servem para mostrar a fragilidade do roteiro, com seus personagens absolutamente estereotipados. Este é o principal revés do filme. Toda a trama e construção dos personagens é esquemática e recheada de estereótipos. O grande herói da trama, equilibrado e competente, é branco e professor. A “raça superior” e o racionalismo. Mais americano impossível. O soldado idiota que tenta levar uma menina e acaba morto é um latino. Ou seja, o latino, que é passional e emotivo por natureza, toma uma atitude sem pensar e acaba encontrando o seu fim. E o herói, o personagem de Hanks, ainda tenta avisá-lo do erro. Ou seja, o branco americano e racionalista ainda tenta ensinar o pobre e emotivo latino a agir certo, mas a inferioridade deste é latente. Mais estereotipado que isso impossível! Não, não é.

A película de Spielberg ainda traz outros estereótipos. O intelectual, escritor que na hora do combate se mostra um incompetente e covarde. Ou seja, o que o roteiro está nos dizendo claramente: intelectual só serve para pensar e escrever. Lutar não é sua praia. É um covarde perigoso, pois companheiros morrem por causa da sua covardia. O soldado judeu é vítima do soldado alemão, que só sobreviveu porque o intelectual implorou por sua vida no meio da trama. Traduzindo, intelectuais são covardes, incompetentes para lutar e não tem nervos para tomar a decisão certa, que no caso era executar sumariamente um prisioneiro desarmado! Uma mensagem nada pacifista, se pensarmos bem. O soldado alemão, que foi poupado pelo grupo, volta e mata personagens importantes. Óbvio que ele faria isso, afinal são seus inimigos. Não é isso que estou discutindo. O problema é o seguinte: a mensagem do filme é bem clara – quando tiver um inimigo desarmado em suas mãos, não hesite em matá-lo friamente. Certamente Hitler gostaria desta mensagem. Será que um filme desses pode ser considerado pacifista?

Em Além da Linha Vermelha, ao contrário, há uma cena simbólica em que um soldado americano vê um soldado japonês morto e com quase todo o corpo enterrado. Apenas o rosto está visível. O americano vê naquele rosto uma humanidade, que não é diferente da sua. Um outro soldado, menos sensível, tortura um prisioneiro japonês, mas, depois, é torturado pelas lembranças de seus atos imorais. A mensagem é totalmente oposta a do filme de Spielberg. Na produção de Mallick a violência aparece em seu caráter bestial, cruel, irracional e imoral.

Poderia estender esta comparação por mais tempo e, talvez o faça posteriormente, já que o tema é apaixonante. Mas, hoje ficamos por aqui. Independente da sua preferência, ficaremos contentes em ter a sua opinião. Contudo, se você ainda não pode opinar por não ter visto uma das películas, corrija este erro agora! Ambas produções têm suas qualidades e merecem ser apreciadas.

sexta-feira, dezembro 08, 2006

VIDA LONGA E PRÓSPERA - 40 ANOS DE JORNADA NAS ESTRELAS:
AS ÚLTIMAS VIAGENS DA ENTERPRISE (?)

A época que vai do pós-Primeiro Contato até hoje pode ser considerada a década perdida de Jornada nas Estrelas. É bem verdade que, neste período, a marca ainda rendeu momentos memoráveis, como a Guerra do Dominium, vista ao longo do seriado Deep Space Nine. No entanto, de um modo geral, estes foram tempos de crise criativa para Star Trek. Estúdio e produtores, ávidos por aproveitar ao máximo o potencial lucrativo de Jornada acabaram negligenciando os bons roteiros. Não demorou para que até mesmo os fãs deixassem de acompanhar as repetitivas (sem ser reprises, o que é pior!) aventuras da Frota Estelar no século XXIV.

Na tentativa de remediar a situação, os responsáveis pela série pegaram carona na idéia de George Lucas, que então produzia os episódios iniciais de Star Wars, e lançaram, em 2001, um prequel – a série Enterprise. Dentro da cronologia de Star Trek, as histórias deste seriado se passam um século antes das aventuras vividas pelo intrépido capitão Kirk. Apesar de ter efeitos visuais de primeira, personagens carismáticos e contar com tramas interessantes (sobretudo as da 4ª temporada, que remetiam à série original), Enterprise nunca decolou na audiência. Resultado: acabou cancelada em 2005. Desde então, não há mais Jornadas inéditas.

Em meio a esta fase melancólica, dois novos longas foram produzidos para o cinema. O primeiro deles foi Jornada nas Estrelas – Insurreição (Star Trek: Insurrection). Lançado em 1998, este filme, anunciado como uma versão espacial para O Coração das Trevas (clássico de Joseph Conrad que já dera origem a Apocalipse Now), acabou saindo mesmo como um Jornada nas Estrelas encontra Horizonte Perdido. Assim, o capitão Picard (Patrick Stewart) e sua tripulação desobedecem ordens de um almirante da Frota Estelar para ajudar a população de um planeta onde todos vivem em paz e harmonia e, de quebra, ninguém envelhece.

Insurreição segue a tradição de Jornada ao abordar questões relevantes maquiadas de ficção-científica. Desta vez, estão presentes a obsessão pela juventude eterna, a busca por uma vida mais tranqüila, o medo do diferente e o massacre de minorias étnicas em nome dos interesses de nações militarmente mais fortes. Porém, ao tentar colocar humor em meio a estes temas, o (já falecido) roteirista Michael Piller (co-criador de DS9) foi infeliz, expondo nossos honrados heróis ao ridículo, sobretudo o klingon Worf (Michael Dorn) e o andróide Data (Brent Spiner). Na direção, Jonathan Frakes não demonstrou a mesma desenvoltura de seu trabalho em Primeiro Contato. Para piorar, os efeitos visuais, que pela primeira vez incluíam uma Enterprise totalmente digital, também deixaram a desejar.

Como o público não se animou para ver Insurreição nos cinemas, um novo filme de Jornada só foi lançado na sala escura 4 anos depois (o maior intervalo entre um longa e outro de Star Trek). A fim de conquistar uma nova audiência, os responsáveis pela franquia contrataram gente de fora da equipe da série para escrever e dirigir o 10º longa. Com isso, o roteiro foi entregue a John Logan (de Gladiador) e a direção a Stuart Baird (de filmes de ação medianos como Momento Crítico e Os Federais). Outra medida foi retirar o nome Star Trek dos créditos. Visando platéias não-iniciadas, este sacrilégio só resultou mesmo no afastamento de muitos fãs. O disparo de phaser saiu pela culatra.

Já sem o apoio dos trekkers, Nêmesis (Nemesis), como o filme foi batizado, mostra a despedida de parte da tripulação da Enterprise-E e o confronto entre Picard e seu clone juvenil. A primeira subtrama é prejudicada pela montagem equivocada, que privilegiou as seqüências de ação (algumas, cópias descaradas de Star Wars - que vergonha!), em detrimento do desenvolvimento dos personagens. Aliás, a morte de um deles – justo o mais carismático – é totalmente forçada e desprovida da carga emocional que tal momento merecia (plágio malfeito de Jornada nas Estrelas II). Já a história do clone é sofrível por conta do ator escolhido para o papel (nem com muita maquiagem lembra Stewart) e das motivações clichês do personagem (vilão-com-arma-de-destruição-em-massa-que-ameaça-destruir-o-planeta-Terra).

O fracasso de Nêmesis (somado ao cancelamento de Enterprise) parecia indicativo de que Jornada nas Estrelas dera o seu derradeiro suspiro. Mas eis que, assim como na sua trajetória real e fictícia, situações que pareciam ser o ponto final logo davam vez a um recomeço, Jornada é reinventada. Na TV, a rede norte-americana CBS tem exibido reprises do seriado original, porém, com um quê de novidade: os efeitos visuais passaram por um upgrade. Enquanto isso, a Paramount Pictures deu sinal verde para uma nova produção cinematográfica, com estréia prevista para 2008 ou 2009. Assumindo as cadeiras de produtor e diretor está J. J. Abrams - um dos responsáveis por Lost, o maior êxito sci-fi no momento -, que promete revitalizar Jornada. Na qualidade de fã, espero, ansioso, que cumpra esta promessa.

Em cartaz

Astros & Estrelas

Cinemateca

Box-office

Premiações

  • Vencedor do OmniCam 2005, na categoria Melhor Blog de Cinema
  • Indicado ao OmniCam 2005, na categoria Melhor Blog
  • Indicado ao OmniCam 2005, na categoria Melhor Editor de Blog - Cinema

CineLinks

Outros links

Powered by Blogger